Resenha: Em Chamas

13:38:00

"Sim, os vitoriosos são os nossos mais fortes. São os que sobreviveram à arena  e escaparam das agruras da pobreza que estrangula o resto de nós. Eles, ou será que deveria dizer nós, somos a própria esperança encarnada onde não há nenhuma esperança. E agora vinte e três de nós serão mortos para mostrar como até mesmo a esperança era uma ilusão."

Em Chamas
Título: Em Chamas


Subtítulo: Jogos Vorazes - Livro 2
Edição: 1
ISBN: 9788579800641
Editora: Rocco
Ano: 2011
Páginas: 413





Sinopse: Depois da improvável e inusitada vitória de Katniss Everdeen e Peeta Mellark nos últimos Jogos Vorazes, algo parece ter mudado para sempre em Panem. Aqui e ali, distúrbios e agitações dão sinais de que uma revolta é iminente. Katniss e Peeta, representantes do paupérrimo Distrito 12, não apenas venceram os Jogos, mas ridicularizaram o governo e conseguiram fazer todos - incluindo o próprio Peeta - acreditarem que são um casal apaixonado. A confusão na cabeça de Katniss não é menor do que a das ruas. Em meio ao turbilhão, ela pensa cada vez mais em seu melhor amigo, o jovem caçador Gale, mas é obrigada a fingir que o romance com Peeta é real. Já o governo parece especialmente preocupado com a influência que os dois adolescentes vitoriosos - transformados em verdadeiros ídolos nacionais - podem ter na população. Por isso, existem planos especiais para mantê-los sob controle, mesmo que isso signifique forçá-los a lutar novamente.


Resenha: Em Chamas veio, literalmente, para por fogo na trilogia. Nesse segundo livro, é perceptível como o fim, teve início.

Eu gosto de falar primeiramente da objetividade da capa com a premissa da estória, e assim como em Jogos Vorazes, Em Chamas também não me decepcionou, muito pelo contrário, fez muito jus a estória. Este tordo em meio a capa vermelha deu uma perfeita ilusão de fogo, poder e destruição, assim como a imagem que ela personifica. Katniss Everdeen.

CUIDADO: O texto a seguir pode conter alguns spoilers.

Uma das coisas que eu achei muito bom em ambos os livros, no primeiro e agora no segundo, foi em questão do tempo da narrativa e com a velocidade que as coisas acontecem. Em ambos os livros, o torneio Jogos Vorazes só começam, realmente a acontecer, bem depois da metade do livro. Eu sinceramente não esperava que Em Chamas fosse assim, mas eu me enganei, me enganei para melhor. 
Suzanne usou esse tempo que ela dispunha até antes da entrada nos Jogos para poder nos retratar como é o dia-a-dia, não só dos demais moradores do distrito, de um campeão dos Jogos.

Quem consegue se lembrar do desafio emposto por Katniss no fim dos Jogos Vorazes passados? Prematuramente, ela sugeriu à Petta que ambos se matassem para que não houvesse nenhum vitorioso, e que a capital se lembrasse que somos nós mesmo que controlamos nossos destinos. Santa ingenuidade. 
A estória realmente começa quase seis meses depois desse evento trágico, quando, pensava Katniss, estar livre de riscos e de quaisquer ameaças que poderia vir da Capital. Eu gosto de pensar em Katniss como alguém forte e destemida, mas se há alguém capaz de por aflição dentro do coração da nossa protagonista, esse alguém é o Presidente Snow, que surpreendentemente se deslocou da Capital até o distrito doze, e com sutis ameaças, deixou claro que Katniss teria que, de certa forma, sacrificar tudo o que amava para manter não só a si viva, mas também todos aqueles que ela ama. Mas a que custo?

Infelizmente, o livro é narrado em primeira pessoa, pois assim nós não sabemos o que acontece em outros locais e o que se passa na mente dos demais personagens, mas de certa forma também se torna algo surpreendentemente instigante e amedrontador ao mesmo tempo, pois jamais poderíamos ter previsto o próximo passo do Presidente Snow. 

Em Em Chamas, é retratado o conhecido Massacre Quaternário, que acontece a cada 25 anos, por isso o nome do evento (a cada 1/4 de século). Todos já esperavam que esse Massacre seria de tirar o fôlego, mas nem mesmo o público poderia imaginar o que viria a seguir. Tão pouco os tributos. Comumente o Massacre sempre tem alguma coisa de especial para diferenciá-lo dos demais, como ambientes mais hostis, desafios implantados pela capital e até mesmo o dobro do número de tributos, mas quando é anunciado o desafio proposto pela capital, todos se exaltam: "- No aniversário de setenta e cinco anos, para que os rebeldes não se esqueçam de que até o mais forte dentre eles não pode superar o poder da Capital, o tributo masculino e o tributo feminino serão coletados a partir do rol de vitoriosos vivos."

Katniss iria, não só voltar para onde tudo começou, ter que enfrentar novamente o seu pior pesadelo. Além disso tudo, teria que lutar contra uma horda de campeões de todos os Jogos. E como se já não fosse o bastante, Petta também voltaria para lá juntamente com ela, mas desta vez, a Capital se certificaria de que só um tributo saísse vitorioso desta vez. 

Como eu disse no início, o decorrer do início do livro é sobre o dia-a-dia de Katniss, Petta e Haymitch, três vitoriosos dos Jogos em meio a sociedade, então isso pode tornar a leitura um pouco cansativa vez ou outra, mas nada que te faça largar o livro e esquece-lo em um canto qualquer, muito pelo contrário, mesmo estando acontecendo coisas sem sentido, monótonas e por vezes horrendas, sempre haverá algo que te incentivará a continuar lendo. 
O livro me agradou bastante e até posso dizer que me surpreendeu tanto quando o primeiro, não só por causa dos acontecimentos deste, mas por causa das ideias que Suzanne teve para ele. 

Primeiramente que Em Chamas não é um livro só de mortes e Jogos Vorazes como no livro anterior, a política esta muito mais presente neste livro dois, com toda a sua ordem e progresso supostamente aplicados em cima dos demais. Como eu também disse mais no início, o tordo, ou para todos os casos, Katniss, personifica poder, e quando os distritos tomaram posse disso, eles começaram a se rebelar contra a Capital, e com razão. A mesma precisou lhe dar com os demais de maneiras brutalmente agressivas, chegando até mesmo a extinguir mais um distrito. 

Acho que a unica coisa que eu posso dizer que não me agradou muito nesse livro, foi o final. Ficou tudo muito vago e nos deixou com uma sensação estranha de que alguma coisa extraordinariamente ruim vai acontecer.


Eu recomendo o livro para aqueles que querem ter uma boa leitura distópica. Para aqueles que leram Jogos Vorazes, continue lendo, vale a pena ler Em Chamas.

"Por que terei mais valor morta. Eles podem me transformar em alguma espécie de mártir e colocar meu rosto em cartazes, e isso vai servir mais para conquistar seguidores do que qualquer coisa que eu pudesse fazer se estivesse viva. Mas Peeta teria mais valor vivo, o que é algo trágico, por que ele será capaz de transformar sua dor em palavras que, por sua vez, transformarão o povo."


< Jogos Vorazes | A Esperança >


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2 comentários

  1. Oiii

    Ah este é meu preferido da trilogia, adorei. Realmente deixa a gente desesperado para ler logo A esperança para ver o que vai acontecer, pelo menos vc não vai ter que ficar esperando lançar como eu hehe.
    abs

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    Respostas
    1. Olá Fernanda,

      Bem, em questão de preferência fiquei meio dividido entre Em Chamas e Jogos Vorazes. Nesse segundo volume há tanta dor, desilusão, desespero... fica difícil dizer qual foi o melhor. Mas acho que esta tudo válido rs' Fico feliz que tenha gostado.

      Att,
      V. I. Neves

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