Resenha: Delírio - Lauren Oliver

10:30:00

"É o mais mortal entre todos os males: você pode morrer de amor ou da falta dele."



Sinopse: Muito tempo atrás, não se sabia que o amor é a pior de todas as doenças. Uma vez instalado na corrente sanguínea, não há como contê-lo. Agora a realidade é outra. A ciência já é capaz de erradicá-lo, e o governo obriga que todos os cidadãos sejam curados ao completar dezoito anos.
   Lena Haloway está entre os jovens que esperam ansiosamente esse dia. Viver sem a doença é viver sem dor: sem arrebatamento, sem euforia, com tranquilidade e segurança. Depois de curada, ela será encaminhada pelo governo para uma faculdade e um marido lhe será designado. Ela nunca mais precisará se preocupar com o passado que assombra sua família. Lena tem plena confiança de que as imposições das autoridades, como a intervenção cirúrgica, o toque de recolher e as patrulhas-surpresa pela cidade, existem para proteger as pessoas.
   Faltando apenas algumas semanas para o tratamento, porém, o impensado acontece: Lena se apaixona. Os sintomas são bastante conhecidos, não há como se enganar — mas, depois de experimentá-los, ela ainda escolheria a cura?

  1. Delírio (2012)
  2. Pandemônio (2013)
  3. Réquiem (2014)


ATENÇÃO, o texto a seguir pode conter spoilers.

Nós estamos sendo controlados pela mídia todo o tempo. Mas e se esses usurpadores de personalidade forem o governo e a igreja!? Falaremos mais um pouco sobre.

Confesso a vocês que demorei um pouco para ler (e gostar) de Delírio, vide que eu sempre gostei, demasiadamente, de Distopia. O livro ficou estagnado na minha estante mais de um ano, e somente agora, com a ajuda do Projeto Literatura Rosa eu finalmente criei coragem para lê-lo. E que santa ajuda.

Também confesso a vocês que no início da leitura não estava achando o enredo nada original, uma vez que o foco do assunto é a abnegação de sentimentos alheios, vide que muitos autores usam desta mesma tática para desenvolver suas obras. Conforme a leitura foi se desenvolvendo, percebi que a autora tinha um pouco mais para oferecer além do esperado, e fora omitindo certos assuntos que ganhou minha atenção total.

Delírio se passa em um futuro (não sabemos muito bem qual) em que a sociedade vive uma realidade um tanto, peculiar, digamos assim. O sentimento "Amor" é visto como uma doença maligna e que precisa ser extirpada urgentemente da sociedade, e para isso os cientistas descobriram uma "Cura" para esse male (veja só você). O nome da doença é Amor deliria nervosa, e a suposta cura é uma cirurgia no cérebro, sempre que o cidadão completa 18 anos. Baita presentão em. Para Lana Haloway, era sim.

Lana tem dezessete anos e mora em Portland com os tios. Ela mais do que deseja, ela anceia pela cura, almejando se ver livre da possibilidade de contrair a doença que tão brutalmente atingiu sua família, virando sua vida de cabeça para baixo. Anos atrás a mãe de Lana fora infectada pela doença, e por causa disso acabou retirando a própria vida, e como se não fosse o suficiente, sua irmã, poucos dias antes de receber a cura, também fora infectada, mas conseguiu receber a "Intervenção" antes que acabasse tendo o mesmo destino da mãe. Não sei se poderei falar com maiores detalhes de riqueza sobre esse assunto com vocês sem que levante spoilers.

Deixando a personagem um pouco de lado, falemos mais um pouco sobre este universo criado pela autora. Depois de receberem a cirurgia de cura, os cidadãos passam por uma espécie de "Teste de Capacidade/Aptidão/Personalidade" para que o governo saiba com quem parear o indivíduo em questão. Casamento é apenas um meio eficaz que o governo e a igreja encontraram de manter a procriação, mas sempre com uma taxa de natalidade controlada. Falando em Governo e Igreja, temos Governo como a Ciência, e ambas as instituições se uniram neste universo e dividem forças governamentais nos EUA. As mesmas até desenvolveram uma espécie de "Bíblia" para que tenham algo palpável e o mais próximo de uma crença para se embasarem, não levando em consideração nem o Ateísmo e nem o Cristianismo.  O nome a isso foi dado de SHHH - Suma de hábitos, Higiene e Harmonia -, que sim, na minha percepção é uma apologia a expressão "Cala-se", delegando as pessoas uma espécie de constituição do que devem e não devem fazer, ser, e comportar-se.

Um dos pontos mais interessantes da estória, é nós não sabermos o motivo que levou a sociedade a se comportar dessa forma, vide que nas demais distopias temos Guerras, Conflitos, Tensões políticas, socioeconômicas e etc.. Os EUA é cercado, literalmente, por uma espécie de cerca que deixa tudo o que esta do lado de dentro a "salvo" de tudo aquilo que esta do lado de fora. Ou todos que estão do lado de fora. É ensinado para a população que além dos limites do território americano fica a "Selva", onde vivem os selvagens, as pessoas que não aceitaram passar pela cura, que são cientificamente denominados "Inválidos". As pessoas tem medo dos selvagens, e jamais devem se aproximar delas, e temem o dia em que, sabe-se lá o motivo, elas decidam invadir e começar uma guerra. O governo afirma que todos os grandes desastres e toda a corrupção do mundo fora causados pelo Amor deliria nervosa. A Ditadura: culpa do amor; A Miséria: Culpa do amor; As Guerras: Culpa do amor; Atentados: Culpa do amor, e etc..

Eu achei bastante bacana o modo como nós assistimos a evolução da personagem e como é gostosa a narrativa da Lauren Oliver. Ela possui um jeito poético tão tranquilo e receptível, que a leitura decorreu bastante fluída e agradável. Não vou negar que tiveram seus pontos negativos para mim, como por exemplo o suposto romance que ela impõe. Lógico que para o desenvolvimento da estória era algo fundamental, não preciso explicar, mas alguma coisa ali não me agradou. Mas isso não fez com que eu desgostasse do livro, e é por esse e todos os motivos que eu recomendo sim para vocês. Ansioso pela continuação (quem diria isso!?).


NOTA: 4.0

Att,
Vitor Iury Neves

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